Vacinas para Gatos: Para Você Entender Tudo Sobre o Assunto

As vacinas para gatos são consideradas o método mais seguro e eficaz para proteger o seu pet de doenças infecciosas causadas por vírus, bactérias e outros microorganismos.

Ao adotar um filhote de gato ou um gato adulto com histórico de vacinação desconhecido, a vacinação é uma das primeiras medidas a serem tomadas a fim de garantir saúde, bem-estar e qualidade de vida.

O protocolo de vacinação para gatos deve ser elaborado considerando as particularidades de cada animal por meio da análise de fatores como: idade, estado de saúde, estilo de vida (apartamento, casa, hospedagem, acesso à rua), prevalência da doença na região, avaliação do risco de desenvolver a doença e riscos associados à vacinação.

Se você quiser entender tudo sobre vacinação para gatos, preparamos esse material com informações atualizadas, em que você saberá:

✓ quais são as vacinas necessárias para o seu gato
✓ quando elas devem ser aplicadas
✓ porque é necessário mais de uma dose vacinal no início do protocolo
✓ porque é necessário realizar reforço anual
✓ quais são as doenças que elas protegem
✓ quais são os locais indicados para a aplicação de vacinas nos gatos
✓ quais são reações adversas as vacinas para gatos podem causar
✓ quais são as recomendações para o tratamento de massas em área de vacina em gatos

1. Quando iniciar as vacinas para gatos?

Para falarmos sobre o momento ideal para iniciar o protocolo vacinal, primeiro precisamos entender brevemente como se desenvolve o sistema imunológico dos gatos.

Ao nascer, o filhote apresenta o sistema imunológico imaturo, ou seja, incapaz de combater infecções causadas por microorganismos. Para o desenvolvimento do seu sistema imune, duas linhas de imunidade são necessárias: a imunidade passiva e a imunidade ativa.

A imunidade passiva consiste na transferência de anticorpos maternos para o filhote. Uma pequena parte desses anticorpos (2 a 10%) é transferida pela placenta – ao contrário dos humanos. Já a maior parte desses anticorpos é transferida pelo colostro, transportada pelo epitélio intestinal e chega na circulação sanguínea nas primeiras 24 horas de vida, conferindo proteção imediata, porém de curta duração. Ao longo do tempo, os anticorpos maternos são catabolizados e, entre 4 e 14 semanas de vida, são reduzidos a limites indetectáveis e tornam o filhote novamente suscetível a infecções. Porém, mesmo com esse declínio do título de anticorpos maternos, pode permanecer uma quantidade residual desses anticorpos suficiente para neutralizar os antígenos vacinais.

Já a imunidade ativa é adquirida pela prática de vacinação, que estimula o organismo a produzir uma resposta imune específica para o antígeno que ela apresenta, gerando uma proteção de longa duração.

Assim, devido ao declínio de anticorpos maternos entre 4 e 14 semanas de idade, recomenda-se iniciar o protocolo vacinal na 8ª ou 9ª semana de idade, de acordo com o tipo da vacina.

2. Por que é necessário mais de uma dose vacinal no início do protocolo?

Como é impossível determinar o momento exato em que ocorre a perda dos anticorpos maternos e como os anticorpos maternos podem permanecer em uma quantidade residual suficiente para neutralizar os antígenos vacinais, recomenda-se a aplicação de 2 doses da mesma vacina em intervalos de 3 ou 4 semanas, de acordo com o protocolo vacinal, para garantir uma maior quantidade de antígenos, gerando uma resposta imune eficaz.

3. Quais vacinas para gatos são necessárias?

Primeiro, precisamos considerar que as vacinas são classificadas em essenciais e opcionais.

As vacinas essenciais protegem contra doenças com prevalência alta de infecção  e/ou doenças graves , como é o caso da vacina contra panleucopenia felina, vacina contra calicivirose felina, vacina contra rinotraqueíte infecciosa felina e a vacina contra raiva.

As vacinas opcionais protegem contra doenças com prevalência baixa de infecção, doenças relativamente benignas, doenças para quais existe tratamento eficaz ou doenças em que as vacinas não impedem infecção, mas tornam a infecção mais branda, como é o caso da vacina contra clamidiose felina e da vacina contra leucemia felina (FeLV). Neste caso, é importante avaliar a relação entre risco e benefício de acordo com a situação de cada animal e a prevalência das doenças na região.

Deste modo, as vacinas para gatos disponíveis no Brasil são:

3.1. Vacina múltipla/polivalente

Existem 3 tipos de vacinas múltiplas/polivalentes e a diferença entre elas está na quantidade de antígenos que elas apresentam, conferindo proteção contra 3, 4 ou 5 doenças.

Tríplice: panleucopenia felina, calicivirose felina e rinotraqueíte infecciosa felina

Quádrupla: panleucopenia felina, calicivirose felina, rinotraqueíte infecciosa felina + clamidiose felina.

Quíntupla: panleucopenia felina, calicivirose felina, rinotraqueíte infecciosa felina, clamidiose felina + vírus da leucemia felina (FeLV).

As vacinas tríplice ou quádrupla devem ser administradas na 9ª semana de idade, em 2 doses, com intervalo de 3 a 4 semanas. Deve ser realizado reforço anual com dose única.

A vacina quíntupla deve ser administrada na 8ª semana de idade, em 2 doses, com intervalo de 3 a 4 semanas. Deve ser realizado reforço anual com dose única.

Geralmente, opta-se pela vacina quíntupla, visto que ela confere proteção contra mais doenças.

Panleucopenia Felina
Panleucopenia Felina
Calicivirose Felina
Calicivirose Felina
Rinotraqueíte Infecciosa Felina
Rinotraqueíte Infecciosa Felina
Clamidiose Felina
Clamidiose Felina
Leucemia Viral Felina
Leucemia Viral Felina

3. 2. Vacina contra raiva

Deve ser administrada dose única entre a 12ª e a 16ª semana de idade. Deve ser realizado reforço anual com dose única.

Raiva Felina
Raiva Felina

Abaixo, segue o esquema de protocolo vacinal recomendado por médicos veterinários. Porém, é importante considerar que este protocolo pode sofrer alterações de acordo com os fatores que já mencionamos. Gatos adultos com histórico de vacinação desconhecido devem ser submetidos ao mesmo protocolo.

 

4. Por que é necessário realizar reforço anual?

As vacinas essenciais (vacina múltipla ou polivalente e vacina da raiva) conferem proteção de longa duração, mas o reforço anual é recomendado visto que elas protegem contra doenças muito graves e de alta prevalência no país. Além disso, no caso raiva, o reforço anual é recomendado pela legislação vigente no Brasil como uma forma mais eficaz de prevenção da doença.

Já as vacinas opcionais (demais vacinais) não conferem uma proteção tão longa e o reforço anual é recomendado a fim de continuar estimulando o sistema imunológico.

5. Quais locais são indicados para aplicação de vacinas nos gatos?

Pela possibilidade de desenvolver uma reação chamada pós-vacinal, indica-se realizar a aplicação de vacinas nos membros locomotores, especialmente, nas regiões abaixo dos cotovelos e joelhos.

Segundo a organização americana Vaccine-Associated Feline Sarcoma Task Force (VAFSTF), recomenda-se:

Vacina tríplice ou quádrupla: membro torácico direito
Vacina quíntupla (com antígeno para o vírus da leucemia felina): membro pélvico esquerdo
Vacina contra raiva: membro pélvico direito

Locais de Aplicação de Vacinas em Gatos
Locais de Aplicação de Vacinas em Gatos

6. Quais reações adversas as vacinas para gatos podem causar?

Embora seja raro, as vacinas para gatos podem desencadear:

Reações locais: reação inflamatória com dor, edema, irritação e formação de abcessos; ocorre de 30 minutos até 7 dias após a aplicação da vacina.

Reações focais granulomatosas: reação inflamatória com formação de nódulos subcutâneos ou intradérmicos.

Sarcoma pós-vacinal: reação inflamatória local que desencadeia o aparecimento de neoplasias na área da vacina, ocorre de 3 meses até 3 anos após a aplicação da vacina.

Reações sistêmicas: mal-estar e febre por 1 ou 2 dias após aplicação da vacina.

Choque anafilático: reação de hipersensibilidade com edema facial, coceira, dificuldade respiratória, diarreia; ocorre de 1 até 24 horas após a aplicação da vacina.

7. Quais são as recomendações para o tratamento de massas em área de vacina em gatos?

A Vaccine-Associated Feline Sarcoma Task Force (VAFSTF) recomenda que massas no local da vacina que persistam por mais de 3 meses após a vacinação, que tenham mais de 2cm de diâmetro e/ou que tenham aumentado de tamanho 1 mês após a vacinação devem ser biopsiadas, e se forem malignas, devem ser removidas por cirurgia. É possível que também haja a necessidade de radioterapia e de quimioterapia.

Porém, a recorrência de massas no mesmo local é comum e a remoção cirúrgica pode resultar em falhas.

Vacinas para Gatos
Vacinas para Gatos

Para uma vacinação segura e eficaz, os animais devem ser submetidos a consulta prévia com um médico veterinário para avaliação clínica e física e somente animais saudáveis podem ser vacinados. Também recomenda-se a vacina importada pela melhor garantia da sua eficácia (para saber mais, confira o post Vacinas nacionais e importadas para cachorros e gatos: entenda definitivamente as diferenças), a qual deve ser aplicada exclusivamente por um médico veterinário.

Uma outra dica é realizar a aplicação da vacina em sua casa por um médico veterinário que atenda a domicílio, visto que os gatos são muito suscetíveis ao estresse causado pelo transporte, mudança de ambiente, barulho e contato com outros animais e pessoas desconhecidas.

E lembre-se: após a última dose do protocolo vacinal, é necessário aguardar 14 dias para realizar a exposição do seu gato com o ambiente e com outros animais, pois é o tempo que a vacina leva para montar uma resposta imune adequada.

Pronto! Agora você já entende tudo sobre o assunto! Saiba onde vacinar o seu gato em Porto Alegre, mantenha o calendário de vacinação do seu pet atualizado e ajude a conscientização da população sobre a importância das vacinas para gatos! 🙂